Deus não rejeita a sua fraqueza; Ele a usa como palco para a Sua glória
Olá, minha amada irmã. A paz do Senhor, aquela paz mansa e profunda que tem o poder de acalmar as tempestades mais violentas, seja o abrigo da sua alma neste exato momento. Que alegria saber que você parou. Que bom que você decidiu, no meio da correria e do barulho, reservar este instante sagrado para silenciar o caos de fora e sintonizar o seu coração na frequência doce da voz de Deus. Seja muito bem-vinda a este lugar de refúgio. Este não é apenas um áudio ou um texto; é um santuário no tempo, um espaço preparado pelo Espírito Santo para o seu descanso, para o seu alívio e para o reencontro com a essência de quem você é no Pai.

Eu não sei como foram os seus dias até chegar aqui. Talvez você tenha arrastado os pés durante a semana, carregando um fardo invisível que ninguém ao seu redor percebeu. Talvez o seu sorriso tenha sido apenas uma cortina para esconder uma angústia que aperta o peito, ou uma dúvida que tem tirado o seu sono nas madrugadas silenciosas. Eu quero que você saiba de algo muito importante agora: este é um lugar seguro. Aqui, você não precisa sustentar a pose de mulher inabalável. Aqui, diante dAquele que te criou, a sua fragilidade não é um defeito; é o espaço perfeito para o agir da graça.
Respire fundo agora. Solte o ar devagar. Sinta os seus ombros relaxarem. Deixe que, nesse expirar, saia também a tensão da expectativa alheia, a cobrança de ter que dar conta de tudo o tempo todo. Lembre-se de que cada fôlego que entra em seus pulmões é um presente, um lembrete sussurrado de que Deus ainda está sustentando a sua vida, mesmo quando você não sente.
Hoje, o Espírito Santo quer nos conduzir a uma conversa honesta, necessária e libertadora. O tema da nossa reflexão é: “Quando a Fé Fica Pequena”. Existe uma ideia, muitas vezes não dita mas profundamente sentida, de que a vida cristã deve ser uma linha reta de ascensão constante. Acreditamos que a fé genuína é aquela que nunca oscila, que nunca questiona, que está sempre pronta para gritar “aleluia” com convicção total. Acreditamos que, se somos verdadeiramente de Deus, a nossa confiança deve ser sempre gigante, inquebrável, blindada contra qualquer medo.
Mas a caminhada real com Deus, aquela descrita nas Escrituras e vivida no secreto, nos ensina uma verdade diferente. Ela nos mostra que a fé é viva, e como tudo o que é vivo, ela passa por estações. Há o verão da fé, onde os frutos são visíveis e abundantes. Mas há também o inverno da fé, onde tudo parece seco, frio e escondido debaixo da terra. É possível amar a Deus profundamente e, ainda assim, sentir a fé pequena. É possível ser uma mulher de oração e, em certos dias, não ter palavras, apenas gemidos.
Imagine comigo a semente de mostarda, que o próprio Jesus usou para ilustrar o Reino. Antes de ser uma grande hortaliça, ela é minúscula. Se você a segurar na mão, um simples sopro pode levá-la embora. Aos olhos humanos, ela parece insignificante. Mas dentro daquela pequenez existe um potencial de vida extraordinário. Às vezes, minha irmã, a sua fé está assim: em estado de semente. Ela não está morta; ela está apenas guardada, esperando o momento e as condições certas para romper a casca dura da terra.
A Bíblia é, maravilhosamente, um livro que não esconde a humanidade dos seus heróis. Ela nos apresenta homens e mulheres que, em momentos cruciais, sentiram a sua fé encolher diante do medo ou do cansaço. Vamos olhar para a vida de um gigante espiritual: o profeta Elias. No livro de Primeira Reis, capítulo dezenove, nós encontramos Elias logo após um dos maiores milagres do Antigo Testamento. Ele havia orado e fogo desceu do céu no Monte Carmelo. Ele havia visto a chuva cair após anos de seca terrível. A fé dele parecia tocar as nuvens.
Mas, logo na sequência, uma ameaça de morte vinda de Jezabel fez com que aquele homem de fé corresse. Ele correu para o deserto. Ele se escondeu. E a Bíblia relata, com uma crueza tocante, que ele se sentou debaixo de um zimbro — uma árvore do deserto — e pediu para morrer. Ele disse: “Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma”. Olhe para essa cena. O homem que enfrentou reis e profetas falsos agora estava encolhido, com medo, sentindo-se sozinho e incapaz de continuar. A fé dele, que antes movia o céu, agora parecia não ser suficiente nem para levantá-lo do chão.
E como Deus lidou com a fé pequena de Elias? Será que Deus mandou um raio para puni-lo? Será que Deus disse: “Elias, que vergonha, levante-se e aja como um profeta”? Não. A resposta de Deus foi de uma ternura constrangedora. Deus enviou um anjo. E o anjo não trouxe um sermão teológico; o anjo trouxe pão assado sobre pedras e uma botija de água. O anjo tocou nele e disse: “Levanta-te e come”. Deus permitiu que Elias dormisse. Deus sabia que, muitas vezes, o que chamamos de falta de fé é, na verdade, esgotamento humano.
Talvez você esteja se sentindo como Elias hoje. Debaixo do zimbro da decepção, ou do cansaço extremo. Você olha para dentro e não encontra aquela chama que queimava antigamente. Você tenta orar e as frases parecem bater no teto. E o inimigo, aproveitando-se da sua fragilidade, sussurra: “Você não é mais a mesma. Deus desistiu de você”. Mas eu quero profetizar sobre a sua vida: Deus não está irritado com a sua pequenez. Ele está preparando o pão. Ele está guardando o seu sono. Ele entende que você é pó. A sua fé pequena não assusta a Deus; a sua sinceridade O atrai.
Há outro momento, no Novo Testamento, que ilustra essa dinâmica de forma belíssima. No Evangelho de Marcos, capítulo nove, um pai desesperado traz seu filho endemoninhado aos discípulos, e eles não conseguem curá-lo. Quando Jesus chega, aquele pai, já desgastado pela esperança frustrada, diz a Jesus: “Se tu podes alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos”. Jesus responde: “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê”.
E então, aquele homem faz uma das orações mais honestas e corajosas de toda a Bíblia. O versículo vinte e quatro diz: “E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade”. Perceba a contradição aparente. “Eu creio” e “ajuda a minha incredulidade”. Ele estava dizendo: “Jesus, eu tenho um pouco de fé, mas eu também tenho muitas dúvidas. Eu quero acreditar, mas o meu medo é grande. A minha fé é pequena, incompleta, misturada com a dor”.
E o que Jesus fez? Ele rejeitou aquele pai? Ele disse: “Volte quando tiver certeza absoluta”? Não. Jesus curou o menino. O milagre aconteceu não porque a fé do pai era perfeita, mas porque ele depositou a sua fé imperfeita na Pessoa certa. O que eu quero dizer ao seu coração hoje é que você não precisa esperar ter uma fé de aço para se aproximar do Senhor. Você pode ir até Ele com a sua fé trêmula, com a sua fé “manca”.
Deus prefere a sua honestidade quebrantada do que a sua performance religiosa vazia. Quando você diz: “Senhor, hoje eu não tenho forças, mas eu estou aqui”, isso é fé. Quando você não entende o processo, chora, reclama, mas não sai da presença d’Ele, isso é fé. A fé não é a ausência de questionamentos; a fé é a decisão de levar os questionamentos para Deus, e não para longe d’Ele.
Existe um tipo de cansaço espiritual que tenta nos paralisar, sussurrando que “não vale a pena continuar se esforçando tanto”. O inimigo das nossas almas adora usar o silêncio de Deus como uma arma contra a nossa confiança. Ele sugere: “Olha só, você orou tanto e nada aconteceu. Sua fé não funciona”. Mas isso é uma mentira. O silêncio de Deus não é ausência; é preparação. A semente no solo escuro também está em silêncio, mas ela está trabalhando, está criando raízes profundas que sustentarão a árvore futura.
O apóstolo Paulo, em Segunda Coríntios capítulo doze, também enfrentou o seu momento de limitação. Ele tinha um “espinho na carne”, algo que o incomodava, que o humilhava, que doía. Ele orou três vezes para que aquilo fosse retirado. Ele queria uma vida sem aquele obstáculo, talvez achando que sua fé seria mais eficaz sem aquela dor. Mas a resposta de Deus foi: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.
Isso é revolucionário. Isso significa que a sua fraqueza, o momento em que a sua fé parece menor, é exatamente o palco onde o poder de Deus pode brilhar sem a concorrência do seu ego. Quando somos fortes, tendemos a confiar no nosso braço. Quando somos fracos e nossa fé é pequena, somos obrigados a depender totalmente d’Ele. E é nessa dependência radical que o milagre do sustento acontece.
Talvez, minha irmã, essa estação de “fé pequena” não tenha vindo para te destruir, mas para te ensinar a descansar no cólo do Pai de uma maneira que você jamais aprenderia se estivesse correndo e conquistando montanhas. Deus vê o seu esforço. Ele vê quando você levanta da cama pela manhã, mesmo com o coração pesado. Ele vê quando você cuida da sua casa, do seu trabalho, dos seus estudos, mesmo sentindo um vazio por dentro.
Ele vê quando você vai à igreja e, mesmo sem sentir aquele arrepio ou aquela emoção forte, você continua indo. E o Céu aplaude isso. Isso é fidelidade. Há uma glória silenciosa na mulher que decide não desistir, mesmo quando não sente vontade de prosseguir. Há uma honra divina sobre a sua vida quando você diz: “Senhor, eu não estou vendo nada, a neblina está densa, mas eu sei que Tu estás segurando a minha mão”.
Lembre-se de Pedro andando sobre as águas. Enquanto ele olhou para Jesus, ele andou. Quando ele olhou para o vento e para as ondas, a fé dele diminuiu e ele começou a afundar. Mas a história não termina com Pedro afogado. A história continua com Pedro gritando: “Senhor, salva-me!”. E imediatamente, Jesus estendeu a mão e o segurou. Se hoje você sente que está afundando, que a dúvida é maior que a crença, grite. O braço de Jesus não encolheu. Ele não vai deixar você se afogar nas suas incertezas. Ele vai te segurar, não pela força da sua fé, mas pela grandeza do amor d’Ele.
Não despreze os pequenos movimentos da sua alma em direção a Deus. Se hoje você conseguiu apenas fazer uma oração curta antes de dormir, isso é vitória. Se você conseguiu ler um salmo, isso é avanço. Se você conseguiu apenas colocar um louvor e deixar as lágrimas correrem, isso é adoração. Deus não está com uma régua medindo o tamanho da sua fé; Ele está com um cálice recolhendo as suas lágrimas.
O Espírito Santo é chamado de “Ajudador”. Ele sabe que, às vezes, não conseguimos nem articular o que sentimos. A Palavra diz em Romanos capítulo oito que, quando não sabemos orar como convém, o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Você entende isso? Quando a sua fé está tão pequena que você não tem palavras, o Espírito Santo ora por você dentro de você. Você nunca está sozinha nessa batalha.
Então, qual é o convite de Deus para o seu coração hoje? O convite é: confie na fidelidade d’Ele, não na sua. Continue caminhando, mesmo que seja mancando. Continue buscando, mesmo que seja tateando no escuro. A luz vai voltar. O amanhecer é uma promessa irrevogável. A sua fé vai florescer de novo, mais madura, mais experiente, mais enraizada.
Levante os seus olhos agora. Olhe para além do sentimento de fracasso ou de frieza. Há um Deus que está trabalhando no invisível. Há uma colheita de alegria preparada para aqueles que semeiam com lágrimas. Você é mais forte do que imagina, não porque você tem uma fé inabalável o tempo todo, mas porque você é habitada pelo Deus que nunca falha.
Vamos falar com o nosso Pai agora? Prepare o seu coração para ser totalmente sincera com Ele. Entregue a Ele o tamanho real da sua fé hoje, sem tentar aumentá-la artificialmente.
Senhor, Pai de amor e de infinita compaixão. Nós entramos na Tua santa presença agora, despidas de qualquer orgulho. Tu nos conheces, Senhor. Tu sondas os nossos corações e sabes que, muitas vezes, nos sentimos pequenas. Tu vês os dias em que a nossa fé parece uma chama quase se apagando, soprada pelos ventos da adversidade e do cansaço. Nós não queremos fingir diante de Ti, Pai.
Hoje, Senhor, nós trazemos a nossa “fé de mostarda”. Trazemos as nossas dúvidas, os nossos medos e a nossa exaustão. Nós clamamos como aquele pai no Evangelho: “Nós cremos, ajuda a nossa incredulidade”. Sustenta-nos, Senhor, quando as nossas pernas tremerem. Quando os nossos olhos não conseguirem ver o milagre, que o Teu Espírito Santo seja os nossos olhos. Quando a nossa boca não tiver forças para declarar vitória, que a Tua Palavra fale por nós.
Nós Te agradecemos, Pai, porque o Teu amor não depende da nossa performance. Obrigada porque Tu nos amas quando estamos fortes, mas nos carregas no colo quando estamos fracas. Visita agora cada mulher que me ouve. Onde houver um coração desanimado, que haja um sopro de vida. Onde houver uma mente confusa, que venha a Tua paz que excede todo o entendimento.
Senhor, não Te pedimos apenas que aumentes a nossa fé, mas Te pedimos que nos ensines a confiar em Ti no meio do processo. Que o nosso deserto se transforme em jardim. Que a nossa fraqueza seja o lugar da manifestação da Tua glória. Toma a nossa vida por inteiro. Nós decidimos continuar, não pela nossa força, mas pela Tua promessa. Nós recebemos o Teu renovo, o Teu carinho e a Tua aceitação agora. Em nome de Jesus, amém.
Minha irmã, respire fundo mais uma vez. Sinta como o ar parece mais leve. Sinta a paz de saber que você não precisa ser perfeita para ser amada e cuidada por Deus. Você não sai deste momento da mesma forma que entrou. Mesmo que você não sinta um terremoto emocional, saiba que a semente foi regada. O Pai ouviu a sua sinceridade e Ele honra a verdade no íntimo.
Eu quero te encorajar a ser uma portadora dessa mensagem de graça. Quantas pessoas ao seu redor estão desistindo porque acham que a fé delas “falhou”? Quantas estão se afastando de Deus por vergonha de estarem cansadas? Seja você a voz que vai estender a mão e dizer: “Vem, Deus entende o seu cansaço. Ele recebe a sua fé pequena”.
Compartilhe este episódio com aquela amiga que tem andado cabisbaixa, envie para o grupo da família, para alguém que precisa saber que é permitido não estar bem o tempo todo, desde que continuemos caminhando com Jesus. Seja um canal de alívio na vida de alguém hoje.
E para encerrar, quero deixar gravado em seu espírito a certeza de que a caminhada é feita de passos, e não de saltos. Deus honra cada passo seu. Que essa palavra guarde a sua mente e o seu coração durante toda a semana, lembrando-se sempre de que Mas o justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele” . Hebreus dez e trinta e oito
Espero que você tenha sentido o abraço do Pai em cada palavra, e que o Senhor tenha renovado as suas forças de maneira sobrenatural. Não esqueça de nos seguir nas plataformas de podcast onde você está ouvindo este programa, para não perder nenhum momento de renovo. Se estiver ouvindo pelo YouTube, deixe seu like e inscreva-se no canal; isso nos ajuda a levar essa mensagem a mais corações sedentos.
No próximo episódio, vamos continuar a nossa jornada, mergulhando mais fundo nas águas que curam e restauram. Nos encontramos lá. Tenha um ótimo dia, um excelente começo de semana, fique com Deus e até lá!

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